Reconhecer a doença de Lyme em cavalos

A doença de Lyme, também conhecida como borreliose, é uma doença infecciosa que afecta tanto os seres humanos como os animais, particularmente os cavalos. Apesar de não ser contagiosa, esta infeção transmitida por vectores e transmitida por carraças pode causar uma série de sintomas nos equídeos, desde febre a lesões neurológicas. Neste artigo, vamos explorar as causas, os sintomas, o diagnóstico e o tratamento da doença de Lyme nos cavalos, bem como os métodos de prevenção para proteger o seu cavalo desta infeção.

O que causa esta doença?

A borreliose, ou doença de Lyme, é uma infeção causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida por picadas de carraças. Esta bactéria pertence a uma família de espiroquetas e foi identificada em 11 subespécies, várias das quais podem infetar cavalos. O principal vetor da doença é a carraça do género Ixodes e, na Europa, a carraça mais frequentemente implicada é aIxodes ricinus. Esta carraça vive em zonas húmidas e florestais, onde espera encontrar um hospedeiro para parasitar, como o cavalo.

A doença de Lyme foi descrita pela primeira vez nos Estados Unidos, mas está atualmente disseminada na Europa. Os cavalos podem contrair a doença de Lyme ao serem mordidos por uma carraça infetada, mas a transmissão não é imediata. É essencial notar que esta doença não é contagiosa entre cavalos. Os animais portadores da bactéria não a podem transmitir diretamente a outros animais através do contacto.

Para além das carraças, outros insectos como as pulgas, os mosquitos e as mutucas podem também ser vectores desta doença, embora as carraças continuem a ser os principais transmissores. A borreliose é uma zoonose que afecta não só os animais mas também os seres humanos, o que a torna uma grande preocupação de saúde pública e veterinária.

Quais são os sintomas da doença de Lyme em cavalos?

Os sintomas da doença de Lyme nos cavalos variam muito e, muitas vezes, não são muito específicos, o que dificulta o diagnóstico. O intervalo entre ainfeção e os primeiros sinais clínicos permanece incerto, mas os cavalos apresentam por vezes sintomas vagos, facilmente confundidos com outras doenças.

Os cavalos afectados podem apresentar febre, letargia, anorexia e definhamento crónico. Alguns cavalos podem desenvolver sinais mais graves, como dores nas articulações (artrite), rigidez ou claudicação esporádica. As articulações inchadas e os problemas oculares, como a uveíte, não são invulgares . Estas inflamações oculares podem por vezes levar à perda de visão se não forem tratadas rapidamente.

Os sintomas neurológicos, embora raros, também podem ocorrer. Os cavalos podem apresentar sinais de rigidez do pescoço, atrofia muscular ou mesmo redução da coordenação motora (ataxia). Nos casos mais graves, podem ser observadas perturbações nervosas periféricas, como a perda do tónus anal.

Também é possível que a doença se manifeste de forma assintomática. Em algumas infecções experimentais, os cavalos mostraram sinais de contacto com a bactéria sem desenvolver quaisquer sintomas visíveis. Este facto torna a deteção precoce da doença de Lyme ainda mais complicada.

Como é que é diagnosticada?

O diagnóstico da doença de Lyme em cavalos é complexo e baseia-se principalmente em testes laboratoriais. Dado o número limitado de estudos disponíveis, é muitas vezes difícil obter um diagnóstico definitivo. Os métodos de diagnóstico incluem testes serológicos e análises de biologia molecular.

A serologia é utilizada para detetar a resposta imunitária do cavalo à infeção. Os testes comuns incluemIFI (imunofluorescência indireta),ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática) e Western blot, que detectam a presença deanticorpos específicos contra a Borrelia. No entanto, estes testes podem não ser totalmente fiáveis, uma vez que um cavalo pode ser portador da bactéria sem desenvolver sintomas clínicos.

Os testes de biologia molecular, como a PCR (reação em cadeia da polimerase), visam detetar o ADN da bactéria diretamente no sangue ou nos tecidos do cavalo. Embora a PCR possa fornecer resultados mais exactos, nem sempre é eficaz, uma vez que as bactérias nem sempre estão presentes em grandes quantidades no sangue.

Os testes ELISA e Western Blot são os mais utilizados na prática veterinária. O teste ELISA é utilizado para quantificar os anticorpos presentes contra a Borrelia, enquanto o Western Blot fornece uma confirmação mais específica dos resultados. O teste PCR, embora por vezes menos conclusivo na espécie equina, pode ser útil para a deteção da bactéria em tecidos específicos, como o líquido sinovial ou o líquido cefalorraquidiano.

Que tratamentos estão disponíveis?

O tratamento da doença de Lyme em cavalos baseia-se principalmente na utilização deantibióticos. A bactéria que causa a doença requer um tratamento prolongado com antibióticos para eliminar ainfeção. No entanto, a escolha do tratamento e a sua duração variam consoante a gravidade dos sintomas e o estado geral de saúde do cavalo.

As tetraciclinas e os beta-lactâmicos são os antibióticos mais frequentemente prescritos para cavalos com doença de Lyme. A doxiciclina, administrada por via oral, ea oxitetraciclina, administrada por via intravenosa, são frequentemente utilizadas. Estes medicamentos ajudam a inibir a multiplicação das bactérias e a reduzir a inflamação associada à infeção.

Respeite rigorosamente as doses prescritas pelo seu veterinário para evitar um tratamento incompleto ou incorreto. Este último pode provocar efeitos secundários graves, incluindo problemas digestivos. Nos casos graves, em que estão presentes lesões neurológicas ou articulares, pode ser necessário um tratamento mais longo.

Os veterinários prescrevem medicamentos anti-inflamatórios não esteróides para aliviar a dor ea inflamação. Nos casos deuveíte, utilizam gotas oculares midriáticas e corticosteróides para proteger os olhos e reduzira inflamação.

Quais são as alternativas naturais?

Os tratamentos convencionais são potenciados pelautilização de plantas medicinais, que aceleram a recuperação da doença de Lyme nos cavalos. Entre estas, a Cardera destaca-se pelas suas poderosas propriedades antibacterianas contra espiroquetas como a Borrelia burgdorferi.

A acelga também tem propriedades anti-inflamatórias e ajuda a desintoxicar o corpo, apoiando órgãos como o fígado e os rins. Esta planta alivia eficazmente as dores nas articulações e reforça o sistema imunitário, um apoio essencial para os cavalos que sofrem da doença de Lyme.

Outras plantas, como o cardo mariano, rico em silibina, oferecem um poderoso efeito hepatoprotector. Ajudam a proteger o fígado das toxinas libertadas pelas bactérias. O alecrim e o Desmodium são também plantas conhecidas pelas suas propriedades desintoxicantes e estimulantes do fígado.

A segurelha, por seu lado, é um potente antibacteriano natural, útil para combater as infecções secundárias que podem ocorrer nos casos de doença de Lyme crónica.

O que é que se pode fazer para prevenir a doença de Lyme?

Infelizmente, não existe atualmente nenhuma vacina disponível contra a borreliose nos cavalos. A prevenção baseia-se, portanto, em medidas para reduzir a exposição às carraças. Isto inclui o tratamento das pastagens para eliminar os habitats propícios às carraças e o controlo diário dos cavalos para detetar a presença de carraças.

É aconselhável evitar passear os cavalos por bosques infestados de carraças durante os meses de verão. Os produtos anti-carraça também podem ser aplicados nos cavalos antes dos passeios para reduzir o risco de picadas.

Por último, uma escovagem regular e cuidadosa significa que as carraças podem ser detectadas precocemente e removidas antes de transmitirem a doença. A prevenção centra-se sobretudo na redução dos habitats propícios às carraças e incentiva autilização de produtos adequados para proteger os cavalos.

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