Videira vermelha: a planta para pernas leves

A videira vermelha(Vitis vinifera L.), membro da família Vitaceae, é uma planta amplamente cultivada em todo o mundo, principalmente para a produção de vinho e de uvas de mesa. No entanto, para além do seu importante papel económico na indústria vinícola, a videira vermelha tem atraído um interesse crescente pelas suas propriedades terapêuticas e medicinais. As folhas da videira vermelha contêm uma concentração de compostos fenólicos, nomeadamente flavonóides e antocianinas, reconhecidos pelos seus efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e venotónicos. A fitoterapia utiliza há muito tempo estes compostos bioactivos para tratar as perturbações da circulação venosa, nomeadamente a insuficiência venosa crónica, caracterizada por uma má circulação sanguínea nas pernas.

Apresentação e origem

A Vitis vinifera, vulgarmente designada por videira cultivada, pertence à família das Vitaceae e é originária das regiões temperadas do Velho Mundo, que se estendem desde o sudeste da Europa até à Ásia Central. Atualmente, é cultivada em todos os continentes, exceto na Antárctida. Esta planta trepadeira utiliza gavinhas para se agarrar aos seus suportes e os seus caules podem atingir os seis metros de comprimento. A videira é cultivada principalmente pelo seu fruto em cachos, a uva, que pode ser consumida fresca, seca ou fermentada para produzir vinho.

Principalmente conhecida pela produção de vinho e de uvas de mesa, é também utilizada em fitoterapia pelos seus benefícios para a circulação sanguínea. Distingue-se pelas suas folhas caducas e pelos cachos de bagas, cuja cor varia consoante a variedade. Em fitoterapia, a videira vermelha é utilizada pelas suas propriedades adstringentes e anti-inflamatórias, principalmente devido à presença deantocianinas e flavonóides. Estes compostos melhoram o tónus venoso e são utilizados no tratamento de problemas circulatórios como as varizes, as hemorróidas e a rosácea.

Composição e propriedades da videira vermelha como planta medicinal

Utilizada há séculos em fitoterapia, a videira vermelha é apreciada pelos seus efeitos benéficos na circulação sanguínea e na proteção do sistema vascular. As suas propriedades estão principalmente ligadas à sua riqueza em compostos bioactivos, que lhe conferem propriedades antioxidantes, veinotónicas e anti-inflamatórias. Vamos descobrir mais sobre os elementos que compõem esta planta e o seu impacto na saúde.

Que compostos contém a videira vermelha?

As folhas e as sementes da videira vermelha contêm uma elevada concentração de compostos fenólicos, nomeadamente flavonóides, antocianinas e taninos, que lhe conferem propriedades venotónicas e antioxidantes. Estas substâncias protegem os capilares e as veias, melhorando a circulação sanguínea e reduzindo os edemas.
A casca da uva vermelha é também particularmente rica em resveratrol, um antioxidante conhecido pelos seus efeitos protectores no sistema cardiovascular e pelo seu papel na prevenção do envelhecimento celular.

As oligo-proantocianidinas (OPC), presentes nas grainhas, contribuem igualmente para a proteção das células contra a oxidação e estão a ser estudadas pelo seu impacto na saúde cardiovascular. A videira vermelha e os seus componentes bioactivos oferecem assim uma vasta gama de aplicações terapêuticas, nomeadamente em fitoterapia, para reforçar o sistema vascular e melhorar a circulação sanguínea.

Quais são as propriedades terapêuticas da videira vermelha?

A videira vermelha tem efeitos protectores e estimulantes nos pequenos vasos sanguíneos, reduzindo eficazmente os edemas. A Agência Europeia de Medicamentos reconhece a utilização bem estabelecida das suas folhas no tratamento da insuficiência venosa crónica, caracterizada por sintomas como varizes, sensação de pernas pesadas, fadiga, cãibras e comichão. Além disso, as folhas de videira vermelha são tradicionalmente utilizadas para aliviar as hemorróidas e, assim, tratar a fragilidade capilar.

As folhas, ricas em antocianósidos e flavonóides (quercetina, kaempferol), possuem propriedades semelhantes às da vitamina P, reforçando as paredes dos vasos sanguíneos e reduzindo o inchaço. Estudos realizados em animais mostraram que os extractos de videira vermelha reforçam as fibras de colagénio dos capilares, melhorando a sua resistência.

As sementes de videira vermelha contêm oligo-proantocianidinas (OPC), que possuem propriedades antioxidantes e protegem as células contra a oxidação. Estudos efectuados com estes compostos demonstraram o seu interesse na prevenção das doenças cardiovasculares e na redução do edema pós-operatório.

A pele das uvas vermelhas é rica em resveratrol, um poderoso antioxidante e anti-inflamatório. Este composto é utilizado para prevenir doenças metabólicas e perturbações relacionadas com o envelhecimento. Os produtos à base de uvas vermelhas, sob diversas formas galénicas, são eficazes no tratamento das perturbações circulatórias venosas e capilares.

Como deve ser utilizado?

A videira vermelha é utilizada numa variedade de formas em fitoterapia, incluindo chás de ervas, preparações sólidas para uso oral e cremes semi-sólidos para uso na pele. A dose recomendada para um adulto é de 360 a 720 mg de extrato seco tomado por via oral, durante um período recomendado de 12 semanas.

Utilização e administração

Em fitoterapia, a videira vermelha é consumida sob várias formas:

  • Chá de ervas: infusão de 5 a 10 g de folhas secas em 250 ml de água, duas vezes por dia.
  • Em creme: aplicar localmente um extrato suave, uma a três vezes por dia. Aplicar uma camada fina na zona afetada, uma a três vezes por dia.
  • Em cápsulas ou extractos secos: dose de 270 a 720 mg por dia, conforme necessário.

Os primeiros efeitos aparecem geralmente após 4 semanas de tratamento, e um tratamento pode durar até 12 semanas. Para o tratamento das hemorróidas ou da fragilidade capilar, utiliza-se a mesma tisana e o mesmo extrato seco, com um período de tratamento recomendado de uma semana.

Precauções e contra-indicações

As folhas de videira vermelha têm uma contraindicação principal: hipersensibilidade à substância ativa. A utilização da videira vermelha também não é recomendada para crianças, grávidas e mulheres a amamentar, devido à falta de dados de segurança suficientes. Por vezes, podem ocorrer alguns efeitos secundários, como problemas digestivos, dores de cabeça ou reacções cutâneas (comichão, urticária ou eritema).
Como as proantocianidinas podem interagir com os anticoagulantes, a sua associação com determinados medicamentos e plantas com efeitos semelhantes (alho, ginseng ou varfarina) deve ser evitada. Para além disso, é necessário suspender a sua toma 15 dias antes de uma intervenção cirúrgica para evitar qualquer risco de hemorragia.

O resveratrol presente na videira vermelha tem propriedades hormonais, pelo que as pessoas com antecedentes de cancro hormono-dependente são aconselhadas a evitar esta planta. Além disso, a aplicação de videira vermelha na pele lesionada é arriscada e requer uma consulta médica em caso de problemas graves, como tromboflebite, dores intensas ou úlceras nas pernas.

Conclusão

Graças à sua riqueza em antioxidantes e flavonóides, a videira vermelha é um remédio natural eficaz para melhorar a circulação sanguínea e proteger o sistema vascular. Utilizada sob a forma de tisanas, de extractos ou de cremes, constitui uma solução natural para aliviar as perturbações venosas e apoiar o sistema cardiovascular. No entanto, a sua utilização deve ser cuidadosamente controlada, tendo em conta as possíveis contra-indicações e interações medicamentosas.

Fonte: A:

  • https://www.vidal.fr/parapharmacie/phytotherapie-plantes/vigne-rouge-vitis-vinifera-tinctoria.html
  • https://www.vidal.fr/maladies/coeur-circulation-veines/jambes-lourdes/phytotherapie-plantes.html

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