No vasto mundo das terapias alternativas contra o cancro, a vitamina B17 é um assunto que tem gerado muito interesse e controvérsia. Neste artigo, vamos mergulhar no mundo desta misteriosa vitamina, explorando a sua origem, o seu papel no corpo humano e a sua utilização como potencial tratamento anti-cancro.
O que é a vitamina B17?
A vitamina B17 ou laetrilo, produzida a partir daamigdalina, é composta por duas moléculas de açúcar, uma molécula de benzaldeído e uma molécula de cianeto.
A amigdalina é uma substância que se encontra naturalmente nos caroços dos frutos (drupas), como os caroços dos alperces, dos pêssegos, das maçãs e de outros frutos de caroço (cerejas, ameixas). Está também presente nas amêndoas, no feijão mungo, nas gemas de ovos, na levedura de cerveja, nas lentilhas e em alguns outros grãos compactos e cereais.
Este composto químico natural tóxico é famoso por ser promovido como uma cura para o cancro, sendo muitas vezes incorretamente referido como vitamina B17. A amigdalina é cianogénica: a hidrólise deste heterósido cianogénico ou a sua degradação pelas β-glucosidases produz, além da ose (gentiobiose), ácido cianídrico e benzaldeído (que dá o odor a amêndoa amarga). A hidrólise parcial e depois a oxidação de um dos produtos libertados dá origem ao laetrilo, que se afirma ter propriedades anticancerígenas.
A origem da vitamina B17
A amigdalina foi descoberta pela primeira vez em 1830 por dois químicos franceses, Pierre Jean Robiquet e Antoine François Boutron Charlard, nas amêndoas amargas, o fruto do Prunus dulcis.
A vitamina B17 foi descoberta pela primeira vez no início do século XX pelo Dr. Ernst T. Krebs Sr. Krebs Sr., um médico que dedicou a sua carreira à investigação do cancro. O seu filho, o Dr. Ernst T. Krebs Jr., popularizou a utilização da vitamina B17 (laetrilo) como tratamento anti-cancro.
Laevomandelonitrilo – Uma exploração pormenorizada
O levomandelonitrilo, mais frequentemente identificado pelo seu pseudónimo, laetrilo, é um espécime orgânico fascinante. É comummente desprezado pela amigdalina, uma molécula com a qual está intimamente relacionado. De facto, o laevomandelonitrilo pode ser obtido a partir daamigdalina através de um processo chamado hidrólise. Mas é preciso notar que estas duas moléculas, embora ligadas, são fundamentalmente diferentes.
Laetrilo: uma molécula semi-sintética patenteada nos Estados Unidos?
O laetrilo é uma molécula semi-sintética, cuja estrutura é em parte partilhada com a amigdalina. É notável pela sua natureza e diz-se que está patenteada nos Estados Unidos, uma distinção que sublinha a sua singularidade entre outros compostos orgânicos. No entanto, devido a esta caraterística, o laetrilo é frequentemente confundido com a amigdalina.
A complexa relação entre o laetrilo e a amigdalina
Para compreender a complexa relação entre o laetrilo e a amigdalina, é essencial explorar o processo de hidrólise. A hidrólise, no contexto destes dois compostos, é a reação química pela qual o laetrilo é obtido a partir da amigdalina. Embora as duas moléculas partilhem uma parte da sua estrutura, o laetrilo é um derivado semi-sintético da amigdalina. É este carácter semi-sintético que confere ao laetrilo as suas características únicas e o seu lugar especial no domínio orgânico.
Semelhanças e diferenças entre o laetrilo e a amigdalina
À primeira vista, o laetrilo e a amigdalina parecem idênticos, o que leva frequentemente à sua confusão. No entanto, um estudo mais aprofundado revela diferenças significativas. A amigdalina é uma molécula natural, enquanto o laetrilo é semi-sintético. Além disso, o processo de hidrólise necessário para formar o laetrilo a partir da amigdalina indica que as duas moléculas, embora estreitamente relacionadas, têm vias de síntese distintas.
O papel da vitamina B17 no organismo humano
O papel desta vitamina no corpo humano continua a ser objeto de intenso debate. Alguns defensores da terapia com vitamina B17 argumentam que ela pode desempenhar um papel crucial na manutenção de uma boa saúde e na luta contra o cancro.
Os efeitos positivos da vitamina B17
A vitamina B17 é reputada por ter vários efeitos positivos na saúde. Os defensores da terapia com laetrilo afirmam que esta pode ajudar a prevenir o cancro, destruindo as células cancerígenas. Afirmam também que pode ajudar a aliviar a dor associada ao cancro e a melhorar o estado geral de saúde do doente.
A eficácia do tratamento anti-cancro com vitamina B17
A vitamina B17 é uma alternativa natural na luta contra o cancro, actuando da mesma forma que a quimioterapia biológica. Uma caraterística particular do cancro é o seu crescimento descontrolado e a sua capacidade de se infiltrar nos tecidos vizinhos. Para se propagar, a célula cancerosa utiliza uma enzima específica, cortando literalmente o tecido circundante como uma tesoura.
A ação da vitamina B17 contra as células cancerosas
Quando a vitamina B17 é consumida, esta enzima divide a molécula de vitamina. Este processo gera a produção de uma toxina que visa especificamente a célula cancerosa e a destrói. Como só a célula cancerosa possui esta enzima, a toxina é libertada apenas no tumor e nas células cancerosas dispersas. A injeção de laetrilo no tratamento do cancro revela-se um método muito eficaz, nomeadamente na luta contra as metástases.
Aumentar a eficácia do tratamento com vitamina B17
A eficácia desta terapia é aumentada quando associada a um tratamento de hipertermia, a infusões de vitamina C e/ou a extractos de células. O tratamento não é traumático e funciona perfeitamente com os tratamentos anti-cancro tradicionais, como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.
As limitações da vitamina B17
No entanto, é importante notar que estas afirmações não são apoiadas pela maioria da comunidade médica. Além disso, a utilização da vitamina B17 como tratamento anti-cancro é proibida em vários países, incluindo os Estados Unidos, devido a preocupações de segurança.
A utilização da vitamina B17 como tratamento anti-cancro
A utilização da vitamina B17 como tratamento anti-cancro é uma questão que tem sido amplamente debatida. Alguns acreditam que esta vitamina tem o potencial de ser uma cura para o cancro, enquanto outros são cépticos quanto à sua eficácia e segurança.
Como é que a vitamina B17 actua contra o cancro?
A teoria é que a vitamina B17 visa especificamente e mata as células cancerígenas. Isto deve-se ao facto de estas células conterem uma enzima chamada beta-glucosidase (também conhecida como emulsina), que não está presente nas células normais. Esta enzima decompõe a vitamina B17 em duas substâncias químicas: o benzaldeído, que tem um efeito analgésico, e o cianeto, um poderoso veneno que supostamente mata a célula cancerígena.
É bom saber: em doses baixas, o cianeto de hidrogénio e o benzaldeído não representam qualquer perigo para as células saudáveis do organismo.
Opções terapêuticas que oferecem a vitamina B17 no tratamento do cancro
As opções incluem:
- Infusões de vitamina B17
- Comprimidos de vitamina B17
As infusões de vitamina B17 são consideradas o tratamento anti-cancro mais eficaz. Diz-se que são mais eficazes do que tomar comprimidos de vitamina B17 ou mastigar caroços de alperce. Esta alternativa médica natural complementa assim as opções de tratamento convencionais das doenças cancerosas.
Como funciona um tratamento por infusão de vitamina B17
Durante o dia do tratamento, o doente recebe uma infusão desta vitamina. Estas infusões são administradas sob controlo médico e duram cerca de uma hora. Esta forma de tratamento anti-cancro é muito bem tolerada. Uma vez terminado o tratamento, o doente pode regressar a casa.
Durante a semana, o tratamento anti-cancro continua com vitamina B17 sob a forma de comprimidos ou de caroços de alperce. A dosagem é determinada individualmente, consoante o doente e a forma de cancro.
Provas científicas que sustentam a eficácia da vitamina B17
No entanto, é de salientar que as provas científicas actuais não apoiam estas afirmações. Vários estudos clínicos não conseguiram demonstrar que a vitamina B17 é eficaz no tratamento do cancro. Além disso, a teoria de que a vitamina B17 pode atingir especificamente as células cancerígenas tem sido amplamente criticada pelos cientistas.
Controvérsias em torno da utilização da vitamina B17
A vitamina B17 está no centro de muitas controvérsias. Embora seja considerada por alguns como um tratamento anti-cancro promissor, está também associada a numerosos riscos e potenciais efeitos secundários.
Uma meta-análise aprofundada da literatura científica levanta questões sobre a eficácia de uma determinada terapia. A convicção geral é que esta eficácia não foi suficientemente comprovada, dada a ausência de estudos positivos que satisfaçam os critérios de qualidade definidos pelos autores. Para além disso, os perigos associados ao envenenamento por cianeto parecem ser superiores aos potenciais benefícios deste tratamento.
Resultados científicos contraditórios
A investigação científica sobre esta terapia é ambivalente. Por exemplo, um estudo de 1998 refere uma atividade específica sobre as células tumorais in vitro. Por outro lado, o resumo do Instituto Nacional do Cancro indica que foi observada uma fraca atividade anticancerígena em estudos com animais, mas que não foi observada qualquer atividade em ensaios clínicos com humanos. É de salientar que alguns estudos científicos apresentam, no entanto, resultados positivos.
A posição da Food and Drug Administration
Apesar destas observações, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA nunca aprovou a utilização desta terapia. Esta posição reforça o debate sobre a credibilidade e a eficácia deste tratamento, levantando mais questões do que respostas.
Potenciais efeitos secundários da vitamina B17
Os efeitos secundários relatados da vitamina B17 incluem sintomas como náuseas, vómitos, dores de cabeça e tonturas. Nalguns casos, pode também causar uma descida da pressão arterial, problemas hepáticos e até envenenamento fatal por cianeto.
Os debates científicos e éticos em torno da vitamina B17
Os debates em torno da utilização da vitamina B17 como tratamento anti-cancro não se limitam à sua segurança e eficácia. Existem também questões éticas em torno da sua promoção como tratamento anti-cancro, apesar da falta de provas científicas sólidas que a apoiem.
Em conclusão, embora a vitamina B17 tenha sido promovida como um potencial tratamento anti-cancro, as provas científicas actuais não apoiam esta afirmação. É essencial que os doentes que estejam a considerar a vitamina B17 como tratamento anticancerígeno discutam esta opção com o seu médico. Embora alguns estudos indiquem uma potencial atividade anticancerígena, a falta de provas conclusivas e os riscos associados ao envenenamento por cianeto lançam dúvidas significativas sobre a eficácia desta terapia. A falta de aprovação da FDA sublinha estas preocupações, tornando necessária mais investigação científica para esclarecer estas ambiguidades. O desafio para a ciência moderna é navegar nesta paisagem complexa, a fim de fornecer soluções terapêuticas seguras e fiáveis.
Perguntas mais frequentes
- O que é a vitamina B17? A vitamina B17, também conhecida por laetrilo ou amigdalina, é uma substância natural que se encontra em certos frutos e caroços de sementes.
- A vitamina B17 é eficaz contra o cancro? As provas científicas actuais não apoiam a afirmação de que a vitamina B17 é um tratamento eficaz contra o cancro.
- O uso da vitamina B17 é seguro? Existem preocupações sobre a segurança da vitamina B17, em particular o risco de envenenamento por cianeto.
- Posso tomar vitamina B17 sem consultar um médico? Recomenda-se vivamente que consulte um profissional de saúde antes de iniciar qualquer novo tratamento ou suplemento, incluindo a vitamina B17.
- Onde posso encontrar vitamina B17? Esta vitamina encontra-se naturalmente no caroço de certos frutos e sementes, como os alperces, os pêssegos, as maçãs e as amêndoas.