Cancro da mama: Como se sentir confortável no seu próprio corpo?

O cancro da mama é o cancro mais frequente nas mulheres. Em França, a incidência continua a ser particularmente elevada, com 105,4 casos por 100 000 pessoas, segundo a OMS, em 2022. No entanto, a taxa de mortalidade permanece relativamente baixa (15,8 mortes por 100 000 habitantes), graças aos avanços médicos, à deteção precoce e ao acesso mais fácil aos cuidados.

No entanto, a doença e o seu tratamento podem levar a alterações físicas e psicológicas que podem afetar a imagem corporal e a autoestima. Este artigo explora formas de lidar com estas alterações e manter uma relação saudável com o seu corpo.

Compreender o cancro da mama

O cancro da mama pode causar uma série de efeitos secundários físicos, especialmente após uma cirurgia como a mastectomia. Estas operações, embora necessárias para eliminar as células cancerosas, podem complicar a sua relação com o seu corpo.

Gerir a queda de cabelo

A queda de cabelo é um efeito secundário potencial do tratamento. Para algumas pessoas, o cabelo é uma parte integrante da sua identidade. Uma opção inovadora é o arrefecimento do couro cabeludo, embora este método possa representar um custo adicional. Alguns acessórios para a cabeça, como lenços ou chapéus. Explore os diferentes estilos de perucas, se for do seu agrado.

Dica prática: Considere tratamentos suaves para o couro cabeludo, como óleos vegetais naturais ou massagens.

Os desafios da fadiga e do aumento de peso

A fadiga e a dor estão entre os efeitos secundários mais frequentemente relatados do tratamento do cancro da mama. Estes sintomas podem ter um impacto no seu nível de atividade física, o que pode levar ao aumento de peso. Por isso, é essencial rever os seus hábitos alimentares e estilo de vida.

O impacto do exercício físico na fadiga relacionada com o cancro da mama foi estudado em vários estudos de investigação. Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology mostrou que mesmo níveis modestos de atividade física regular podem melhorar significativamente os níveis de energia em doentes com cancro da mama (Smith et al., 2013).

Sugestão prática: Incorporar pequenas rotinas de exercício, como caminhadas diárias ou ioga suave, para manter a atividade física. Adapte a sua dieta com alimentos ricos em nutrientes e com poucas calorias para controlar o aumento de peso.

Atividade física e bem-estar psicológico

Embora o exercício possa parecer contra-intuitivo quando se sente cansado, os estudos mostram que mesmo uma atividade física regular modesta pode ajudar a melhorar os níveis de energia. Exercícios como a caminhada ou o ioga podem ser particularmente benéficos.

Dica prática: A meditação e o relaxamento guiado podem ser boas ferramentas para gerir o stress e a ansiedade. A participação em grupos de apoio ou fóruns em linha também pode proporcionar apoio emocional e conselhos práticos.

O papel de uma dieta equilibrada

Uma dieta rica em nutrientes essenciais pode desempenhar um papel importante no combate à fadiga. A fruta e os legumes são fontes inestimáveis de vitaminas, minerais e antioxidantes que podem melhorar o bem-estar geral e reduzir potencialmente os efeitos da fadiga. A fruta e os legumes são fontes essenciais de vitaminas, minerais e antioxidantes. De acordo com um estudo daAmerican Cancer Society, uma dieta rica nestes elementos pode ajudar a melhorar o bem-estar geral e a reduzir os efeitos da fadiga nos doentes com cancro (Jones et al., 2013).

Dica prática: Aumente a ingestão de fruta e legumes frescos, cereais integrais e proteínas magras. Tente evitar alimentos processados ricos em gorduras saturadas.

Suplementos alimentares: uma opção que vale a pena explorar

Nalguns casos, a ingestão alimentar por si só pode não ser suficiente. Nestes casos, os suplementos alimentares podem ser uma opção a explorar. Por exemplo, os suplementos de ómega 3 podem ajudar a regular a inflamação, enquanto certas formas de magnésio podem ajudar a melhorar a qualidade do sono. É importante consultar um profissional de saúde para obter conselhos adaptados à sua situação.

Origem e presença de gorduras trans

As gorduras trans encontram-se principalmente em alimentos processados ( snacks embalados, margarinas, alimentos fritos preparados). São frequentemente utilizadas porque prolongam o prazo de validade dos produtos e melhoram a sua textura. No entanto, estas gorduras têm um custo para a sua saúde que pode ser particularmente prejudicial durante um período em que o seu corpo já está sob stress extremo, como durante o tratamento do cancro. Por isso, leia atentamente os rótulos dos alimentos e procure termos como “hidrogenado” ou “parcialmente hidrogenado” (presença de gorduras trans).

Impacto na inflamação e na fadiga

As gorduras trans são conhecidas por aumentar os níveis de inflamação no organismo. A inflamação é uma resposta biológica natural, mas quando é crónica, pode levar a uma série de problemas de saúde. Em particular, um estado inflamatório pode agravar os sintomas de fadiga, que já são comuns nos tratamentos do cancro da mama.

Alternativas alimentares

Optar por alimentos ricos em gorduras insaturadas, como peixes gordos, frutos secos e sementes, pode ser uma melhor opção. Estes tipos de gordura podem efetivamente ajudar a reduzir a inflamação. Se for necessário cozinhar com gordura, é preferível utilizar óleos mais saudáveis, como o azeite ou o óleo de canola.

No contexto inflamatório do cancro da mama

A inflamação é um fenómeno biológico complexo que desempenha um papel ambíguo no cancro. Embora seja necessária para combater as infecções e cicatrizar as feridas, a inflamação crónica pode também agravar doenças graves, como o cancro da mama. Neste contexto, é dada cada vez mais atenção aos agentes anti-inflamatórios, incluindo os suplementos alimentares.

A curcumina: uma estrela em ascensão

Um dos complementos alimentares que tem atraído muita atenção no domínio anti-inflamatório é a curcumina. Este composto bioativo, extraído da curcuma, demonstrou ter propriedades anti-inflamatórias. Parece modular várias vias de sinalização celular envolvidas na inflamação, oferecendo uma ação multi-alvo.

Precauções e interações medicamentosas

É imperativo consultar um profissional de saúde antes de incorporar suplementos alimentares anti-inflamatórios na sua dieta. Isto é especialmente importante se estiver a fazer um tratamento médico para o cancro da mama, pois os suplementos podem interagir com os medicamentos e alterar a sua eficácia. Além disso, a dosagem e a qualidade do suplemento podem variar consideravelmente, exigindo uma abordagem personalizada.

Outros suplementos anti-inflamatórios a considerar

Para além da curcumina, outros suplementos alimentares, como o óleo de peixe rico em ómega 3, o resveratrol presente nas uvas vermelhas ou ainda os flavonóides do chá verde, demonstraram igualmente um potencial anti-inflamatório. Estas opções podem ser consideradas como parte de um plano de cuidados integrativos, sempre em consulta com a sua equipa de saúde.

Os ómega 3, conhecidos pelas suas propriedades anti-inflamatórias, podem ser benéficos no tratamento do cancro da mama. Uma publicação no Journal of Nutritional Biochemistry avaliou o seu impacto na inflamação e na qualidade de vida das doentes (Estudo 2019). Do mesmo modo, o magnésio, para melhorar a qualidade do sono, foi estudado no contexto do bem-estar dos doentes com cancro, tal como referido num estudo publicado no Journal of Research in Medical Sciences (Estudo 2022)

Conselho prático: Antes de tomar qualquer suplemento, consulte sempre um profissional de saúde. Se forem validados, integre-os gradualmente na sua alimentação, seguindo as recomendações de dosagem.

Durante e após o tratamento

Após uma intervenção cirúrgica, como uma mastectomia, é fundamental adaptar-se ao seu novo corpo. A reconstrução mamária pode ser considerada, embora o resultado seja diferente dos seios naturais. O apoio psicossocial, como o aconselhamento, pode ser benéfico para lidar com as preocupações relativas à imagem corporal.

Melhorar os cuidados do cancro da mama (lei aprovada em 28 de janeiro de 2025)

  • Um pacote de produtos de cuidados: os cremes hidratantes e o verniz para prevenir a perda de unhas passarão a ser reembolsados.
  • Financiamento de cuidados complementares: apoio psicológico, nutrição e atividade física serão cobertos.
  • Um quadro para os honorários em excesso: os cirurgiões que efectuam reconstrução mamária serão obrigados a respeitar um quadro para os honorários.

Desafios hormonais e fisiológicos

Os tratamentos do cancro da mama, nomeadamente a quimioterapia e a terapia hormonal, podem provocar uma série de efeitos secundários que afectam a sexualidade e a intimidade. Sintomas como a secura vaginal, a diminuição da libido e mesmo a dor durante o ato sexual são frequentemente referidos. Estas alterações fisiológicas podem, por sua vez, ter um impacto considerável na autoestima e no bem-estar emocional. Neste contexto, uma comunicação aberta e honesta com o seu parceiro é de importância crucial.

FAQ

P : Quais são os principais sintomas do cancro da mama?
R : Os sintomas mais comuns incluem um nódulo na mama, alterações no tamanho ou na forma da mama e anomalias cutâneas à volta do mamilo.

P : O cancro da mama é hereditário?
R : Embora uma história familiar possa aumentar o risco, a maioria dos casos de cancro da mama não está diretamente ligada a factores hereditários.

P : Quais são as opções de tratamento disponíveis?
R: As opções variam consoante a fase e o tipo de cancro, mas podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamentos hormonais.

P : A queda de cabelo é inevitável durante a quimioterapia?
R : A perda de cabelo não é universal e depende do tipo e da dose de quimioterapia utilizada. Existem também opções para minimizar esta perda, como o arrefecimento do couro cabeludo.

P: É possível manter uma vida sexual ativa durante o tratamento?
R: Os efeitos secundários do tratamento podem afetar a sexualidade, mas uma comunicação aberta com o seu parceiro e a equipa médica pode ajudar a identificar soluções adequadas.

P : Os suplementos alimentares podem ajudar durante o tratamento?
R : Alguns suplementos, como a curcumina, têm propriedades anti-inflamatórias. No entanto, consulte sempre um profissional de saúde antes de começar a tomar qualquer suplemento.

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