Como é que o CBD pode ser utilizado para tratar a osteoartrite na mão?

A osteoartrite da mão é uma patologia degenerativa que prejudica progressivamente a qualidade de vida dos doentes. Dadas as limitações dos tratamentos convencionais, o canabidiol (CBD) está a suscitar um interesse crescente pelas suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Este artigo explora a utilização do CBD no tratamento da osteoartrite das mãos, com base nos dados científicos disponíveis.

O que causa a osteoartrite das mãos?

A osteoartrite das mãos é uma doença degenerativa que resulta da deterioração progressiva da cartilagem articular. Este processo, muitas vezes irreversível, é o resultado de uma interação complexa entre vários factores. Por um lado, os factores mecânicos, como os microtraumatismos repetidos ou a sobrecarga das articulações, desempenham um papel fundamental na aceleração do desgaste da cartilagem. Por outro lado, a predisposição genética pode influenciar a vulnerabilidade das articulações, tornando certos indivíduos mais susceptíveis de desenvolver a doença. Finalmente,a inflamação crónica contribui para esta deterioração, promovendo a destruição do tecido articular.

Clinicamente, a osteoartrite das mãos manifesta-se por uma dor articular crónica, frequentemente exacerbada pelo esforço ou por alterações climáticas. A isto junta-se a rigidez matinal e uma redução progressiva da mobilidade, que limita as actividades diárias. As articulações afectadas podem igualmente apresentar deformações visíveis, nomeadamente sob a forma de nódulos ósseos nas articulações interfalângicas, que caracterizam as fases avançadas da doença.

Quais são as 4 fases da osteoartrose das mãos?

Estádio Descrição
Fase 1: Osteoartrose precoce Desconforto ligeiro sem alterações radiológicas visíveis.
Fase 2: Osteoartrose moderada Os primeiros sinais de desgaste da cartilagem são visíveis, com dores mais frequentes.
Fase 3: Osteoartrite avançada A dor torna-se persistente com deformidade articular significativa.
Fase 4: Osteoartrite grave Perda quase total da cartilagem, provocando dores incapacitantes e imobilidade acentuada.

Como é que o CBD ajuda a osteoartrite das mãos?

O canabidiol (CBD) exerce a sua ação terapêutica na osteoartrose das mãos interagindo com o sistema endocanabinóide (ECS), uma rede biológica essencial para a regulação de vários processos fisiológicos, incluindo a dor e a inflamação. Este sistema inclui dois receptores principais: CB1 e CB2. Os receptores CB1, localizados principalmente no sistema nervoso central, estão envolvidos na modulação dos sinais neuronais ligados à dor, enquanto os receptores CB2, predominantes nas células imunitárias, desempenham um papel crucial na regulação das respostas inflamatórias.

Estudos recentes mostram que o CBD, embora não se ligue diretamente a estes receptores, influencia a sua atividade por um mecanismo indireto. Esta modulação conduz a uma redução da libertação de citocinas pró-inflamatórias, proteínas que amplificam a inflamação nos tecidos articulares afectados pela osteoartrite. Ao reduzir a concentração destes mediadores inflamatórios, o CBD contribui para diminuir a inflamação local, um fator-chave da degradação da cartilagem e do aparecimento de dores articulares. (1)

O CBD também actua nas vias de transmissão da dor. Ao inibir a libertação de neurotransmissores excitatórios no sistema nervoso central, bloqueia a propagação dos sinais de dor das articulações afectadas para o cérebro. O resultado é uma redução percetível da dor nas articulações, mesmo em casos de osteoartrite avançada.

Por fim, o CBD pode igualmente influenciar outros sistemas neuroquímicos, nomeadamente aumentando os níveis de anandamida, um endocanabinóide natural frequentemente designado por “molécula da felicidade”. Este efeito sinérgico reforça a ação analgésica e anti-inflamatória do CBD, tornando-o uma opção terapêutica promissora para o tratamento da osteoartrose das mãos. No entanto, embora os mecanismos de ação estejam a ser melhor compreendidos, são ainda necessários estudos clínicos aprofundados para validar estes efeitos e otimizar as dosagens para cada perfil de doente.

Quais são os benefícios do gel transdérmico de CBD?

O gel transdérmico de CBD distingue-se pela sua capacidade de atingir diretamente as zonas afectadas:

  • Ação localizada: permite uma concentração elevada de CBD nos tecidos das articulações.
  • Redução dos efeitos secundários sistémicos: evita a passagem pelo sistema digestivo e pelo fígado.
  • Melhoria da adesão ao tratamento graças a uma aplicação simples e não invasiva.

Um estudo recente mostrou uma redução significativa dos índices de dor e uma melhoria da força de preensão após quatro semanas de utilização de um gel transdérmico de CBD. (1)

Qual é a melhor pomada para a osteoartrite das mãos?

Entre as opções disponíveis, os géis, óleos e cremes de CBD enriquecidos com tocoferol (TPM) oferecem uma melhor absorção cutânea e uma ação prolongada. Estes produtos combinam os benefícios do CBD com potenciadores de permeação, aumentando a sua eficácia clínica.

Como é que posso travar a progressão da osteoartrose nas minhas mãos?

Embora a osteoartrose das mãos seja uma patologia degenerativa irreversível, é possível abrandar a sua progressão através de um tratamento adequado. A atividade física regular e orientada continua a ser essencial para fortalecer os músculos e manter a mobilidade das articulações. Estes exercícios ajudam a estabilizar as articulações afectadas, reduzindo a rigidez e a perda de função.

A utilização de tratamentos tópicos, como os géis à base de canabidiol (CBD), também constitui uma solução eficaz para aliviar os sintomas. Aplicado topicamente, o CBD actua sobre a inflamação e a dor, proporcionando um conforto significativo sem os efeitos secundários associados aos anti-inflamatórios orais.

Além disso, a alimentação desempenha um papel fundamental na modulação da inflamação sistémica, nomeadamente através do microbiota intestinal. Este microbiota, constituído por milhares de milhões de microrganismos, tem uma influência direta nos processos inflamatórios. Os desequilíbrios do microbiota, ou disbiose, podem exacerbar a inflamação sistémica, contribuindo assim para o agravamento da osteoartrite. Uma alimentação rica em fibras, prebióticos e probióticos promove um microbiota saudável, capaz de regular a inflamação e melhorar a saúde das articulações. Neste contexto, o CBD actua em sinergia com estas abordagens nutricionais, reforçando os seus efeitos anti-inflamatórios e contribuindo para uma gestão global eficaz da doença. (2)

O CBD pode curar a osteoartrite das mãos?

A utilização do canabidiol (CBD) no tratamento da osteoartrite das mãos representa um avanço prometedor na melhoria da qualidade de vida dos doentes. Os primeiros estudos sugerem resultados encorajadores, nomeadamente em termos de alívio da dor e de redução da inflamação. No entanto, é fundamental prosseguir a investigação clínica para otimizar os protocolos de utilização e estabelecer recomendações terapêuticas sólidas.

Antes de iniciar um tratamento com CBD, é imperativo consultar um profissional de saúde, que poderá avaliar a pertinência desta abordagem em função das necessidades específicas de cada paciente. A escolha de produtos certificados de CBD, disponíveis nomeadamente nas farmácias em linha, garante não só a sua qualidade, mas também a sua segurança. Por fim, para maximizar os benefícios, a utilização do CBD deve fazer parte de uma estratégia terapêutica global que inclua uma adaptação do estilo de vida, uma atividade física adequada e uma alimentação equilibrada. Este quadro holístico permite tirar o máximo partido das propriedades do CBD e otimizar o tratamento da osteoartrose.

As fontes

  1. Bawa, Z., Lewis, D., Gavin, P.D. et al. Um ensaio aberto de viabilidade do canabidiol transdérmico para a osteoartrite das mãos. Sci Rep 14, 11792 (2024). https://doi.org/10.1038/s41598-024-62428-x
  2. ME Chriswell, et al. Autoanticorpos clonais IgA e IgG de indivíduos em risco de artrite reumatoide identificam uma estirpe artritogénica de Subdoligranulum. Science Translational Medicine DOI: 10.1126/scitranslmed.abn5166 (2022).

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