O ciclo menstrual e os distúrbios da menopausa representam aspetos essenciais da saúde hormonal feminina, frequentemente influenciados por inúmeros fatores internos e externos. O ciclo menstrual é um processo fisiológico que pode ser perturbado por diversos desequilíbrios hormonais, emocionais ou relacionados com o estilo de vida. Entre os distúrbios mais comuns encontra-se a síndrome pré-menstrual (SPM), caracterizada por inchaço, sensibilidade mamária, irritabilidade ou fadiga acentuada. Algumas mulheres sofrem também de dismenorreia, ou seja, menstruações dolorosas acompanhadas de cólicas intensas e dores lombares. Outras apresentam ciclos irregulares, demasiado curtos ou longos, que podem comprometer a fertilidade e o equilíbrio geral do organismo. Na naturopatia, estes distúrbios estão frequentemente ligados a um desequilíbrio entre estrogénio e progesterona, mas também a uma alimentação inadequada, ao stress ou à falta de sono reparador.
As abordagens naturais oferecem uma resposta suave e progressiva. Plantas como a camomila romana, a mil-folhas ou o agnocasto são tradicionalmente utilizadas para aliviar cólicas, harmonizar o ciclo e reduzir os sintomas da SPM. O óleo de onagra e o óleo de borragem fornecem ácidos gordos essenciais que apoiam o equilíbrio hormonal e reduzem a inflamação. Técnicas como a sofrologia, o yoga suave ou a respiração abdominal favorecem o relaxamento do sistema nervoso, reduzindo a perceção da dor. A aplicação de calor local, através de uma bolsa de água quente ou cataplasmas, continua a ser um método simples e eficaz para melhorar o conforto durante a menstruação.
A menopausa corresponde à cessação definitiva da menstruação, geralmente por volta dos 50 anos. Resulta da diminuição progressiva da produção de estrogénios e progesterona pelos ovários. Esta alteração hormonal provoca manifestações variáveis de mulher para mulher: afrontamentos, suores noturnos, secura vaginal, perturbações do sono, irritabilidade ou diminuição da libido. Estes sintomas, conhecidos como síndrome climatérico, explicam-se pela perda do papel regulador das hormonas na temperatura corporal, no sistema nervoso e na mucosa vaginal. Compreender estes mecanismos permite adotar estratégias personalizadas para atravessar melhor este período de transição.
Na fitoterapia, várias plantas são reconhecidas pela sua ação benéfica. A sálvia é uma das mais utilizadas, pois ajuda a regular a transpiração excessiva e atenua os afrontamentos. O trevo vermelho, rico em isoflavonas, atua como um fitoestrogénio natural, ajudando a compensar a diminuição dos estrogénios. O lúpulo e a linhaça apresentam igualmente propriedades interessantes. A integração de alimentos ricos em fitoestrogénios (soja, lentilhas, grão-de-bico) pode complementar esta abordagem. Finalmente, a regularidade do sono, o exercício físico suave (caminhar, nadar, yoga) e a gestão do stress desempenham um papel fundamental na estabilização do sistema hormonal e nervoso.
A secura vaginal, frequente após a menopausa, deve-se à diminuição dos estrogénios, o que fragiliza a mucosa vaginal e reduz a lubrificação natural. Para a aliviar, podem usar-se géis hidratantes naturais à base de ácido hialurónico ou aloé vera, que proporcionam conforto e elasticidade. Óvulos vaginais à base de plantas calmantes ou óleos vegetais (como calêndula ou rosa mosqueta) também podem ser utilizados. Internamente, o aporte de ómega-3 contribui para manter uma boa hidratação dos tecidos. A abordagem naturopática sublinha ainda a importância da alimentação, privilegiando frutas e legumes frescos, óleos de qualidade e uma boa hidratação diária.
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