O inverno e um sistema imunitário enfraquecido
O que é o sistema imunitário?
O sistema imunitário é uma sofisticada rede biológica responsável pela preservação da integridade do organismo, reagindo a desequilíbrios internos e a ameaças ambientais. Composto por três mil milhões de células e dez mil milhões de bactérias, o organismo deve trabalhar em sinergia para manter uma saúde óptima. O sistema imunitário desempenha esta função através de mecanismos de controlo e de defesa especializados.
A missão fundamental do sistema imunitário é dupla. Identifica e regula os elementos constitutivos do organismo (o “eu”) e defende-se contra os agentes patogénicos e as substâncias estranhas (o “não-eu”). Detecta as anomalias através de um conjunto de células e moléculas e desencadeia as respostas adequadas.
A imunidade é regida por dois princípios: a imunidade inata e a imunidade adquirida. A imunidade inata está presente desde o nascimento e reage contra ameaças genéricas. A imunidade adquirida, desenvolvida ao longo da vida, é mais específica e adaptável. Durante uma exposição inicial a um agente patogénico, o sistema imunitário reage geralmente de forma lenta, mas vai acumulando uma memória imunitária que acelera e optimiza as respostas durante as exposições subsequentes.
O sistema imunitário baseia-se na identificação de antigénios, que são marcadores moleculares presentes nos agentes patogénicos e nas células. Os antigénios podem desencadear respostas imunitárias específicas e o reconhecimento de um antigénio como potencialmente perigoso mobiliza vários elementos do sistema imunitário.
O mau funcionamento do sistema imunitário pode conduzir a doenças auto-imunes, como a artrite reumatoide ou o lúpus. Além disso, uma resposta imunitária inadequada pode causar alergias ou deficiências imunitárias.
Em suma, o sistema imunitário é um mecanismo biológico complexo e adaptativo, fundamental para a defesa do organismo. O bom funcionamento do sistema imunitário é crucial para a saúde geral e pode ser influenciado por uma série de factores, como o estilo de vida e a idade.
Quais são os componentes do sistema imunitário?
O sistema imunitário é a força de defesa do organismo contra agressores como os vírus e as bactérias. Os seus agentes activos são tanto celulares como moleculares.
Os glóbulos brancos, ou leucócitos, são os principais soldados celulares do sistema imunitário. Circulam no sangue, detectando e neutralizando os invasores. Os linfócitos são um tipo especializado de glóbulos brancos. Desempenham um papel crucial na memória imunitária, permitindo que o sistema responda mais rapidamente a ameaças encontradas anteriormente.
Juntamente com as células, temos moléculas livres, como os anticorpos. Estas são especialmente concebidas para identificar e marcar os agentes patogénicos para destruição. Actuam frequentemente em sinergia com os glóbulos brancos, orientando-os para as áreas de infeção.
Estes linfócitos dividem-se em linfócitos T e B. Os linfócitos T atacam as células infectadas e enviam sinais aos linfócitos B para que estes produzam anticorpos. Os linfócitos B podem transformar-se em células plasmáticas para produzir estes anticorpos. Também armazenam informações sobre infecções passadas para uma resposta mais rápida no futuro.
A medula óssea é a fábrica onde são produzidas as células sanguíneas. Contém células estaminais que se diferenciam em vários tipos de células sanguíneas, incluindo glóbulos brancos.
O sistema linfático é uma rede de tecidos e órgãos que aloja e transporta estas células imunitárias. Inclui elementos como as amígdalas, o baço e os gânglios linfáticos.
A pele e as membranas mucosas actuam como barreiras físicas, impedindo a entrada de germes no corpo. Se os germes ultrapassarem esta primeira linha de defesa, moléculas como os anticorpos e as proteínas do complemento estão lá para os neutralizar.
Em suma, o nosso sistema imunitário é uma rede complexa de células e moléculas que trabalham em conjunto para proteger o nosso corpo. Cada elemento, desde os glóbulos brancos aos anticorpos, desempenha um papel crucial na deteção e neutralização das ameaças ao nosso bem-estar.
Quais são as anomalias do sistema imunitário?
O termo “imunodeficiência” refere-se a anomalias patológicas do sistema imunitário, e não simplesmente a uma fraqueza imunitária transitória. Estas anomalias são classificadas em duas grandes categorias: imunodeficiências primárias e imunodeficiências adquiridas.
As imunodeficiências primárias resultam de mutações genéticas que afectam componentes-chave do sistema imunitário, como os glóbulos brancos. Estão presentes desde o nascimento e são geralmente irreversíveis. Mais de 150 genes estão atualmente identificados como estando envolvidos nestas deficiências. Afectam várias partes do sistema imunitário, incluindo a imunidade humoral, que envolve os linfócitos B, e a imunidade celular, que envolve os linfócitos T.
As imunodeficiências adquiridas, por outro lado, ocorrem como resultado de factores externos, como tratamentos com medicamentos pesados ou infecções virais. São frequentemente mais frequentes do que as deficiências primárias e podem ser desencadeadas por doenças crónicas, como a diabetes, ou patologias graves, como o cancro. As imunodeficiências secundárias podem também ser induzidas por medicamentos imunossupressores ou terapias como a quimioterapia e a radioterapia.
Os sintomas de imunodeficiência incluem infecções recorrentes, graves e prolongadas. Por vezes, estão associados a doenças auto-imunes, em que o sistema imunitário ataca os próprios tecidos do corpo. O diagnóstico baseia-se principalmente na análise dos sintomas e em análises ao sangue específicas. O tratamento pode incluir antibióticos, imunoglobulinas e, em casos graves, um transplante de células estaminais.
É de salientar que o envelhecimento e certas carências nutricionais, nomeadamente de cálcio e de zinco, podem também conduzir a deficiências imunitárias. Algumas carências reduzem a esperança de vida, enquanto outras podem persistir sem impacto significativo na longevidade. O quadro clínico é, por conseguinte, extremamente variável, exigindo cuidados médicos personalizados.
Quais são as causas de uma diminuição das defesas imunitárias?
São várias as razões que podem comprometer a eficácia do sistema imunitário. As estações do ano e as suas alterações climáticas têm um impacto significativo, especialmente no inverno, quando o ar frio e seco enfraquece a mucosa nasal, facilitando a penetração dos microrganismos patogénicos. Além disso, a reatividade imunitária é abrandada e certos vírus tornam-se mais robustos devido às condições invernais.
Os factores comportamentais e psicológicos, como as mudanças nas rotinas diárias, a fadiga, o stress e a falta de luz natural, também contribuem para enfraquecer o sistema imunitário. A luz solar, em particular, foi identificada como um estimulador da atividade dos linfócitos T, que são cruciais para a imunidade.
Uma vida saudável desempenha um papel central na manutenção do sistema imunitário. Uma dieta desequilibrada pode limitar a ingestão de micronutrientes essenciais, como as vitaminas C, B6, B9 e B12, e de minerais como o zinco. O sono também regula a imunidade, e a falta de descanso pode ser prejudicial. Do mesmo modo, uma atividade física insuficiente pode aumentar a vulnerabilidade às infecções.
Há populações específicas que são mais susceptíveis ao enfraquecimento do sistema imunitário, nomeadamente os idosos e as crianças. O fenómeno da imunosenescência nos idosos aumenta a sua vulnerabilidade e as crianças estão em risco devido ao desenvolvimento do seu sistema imunitário.
Em suma, há uma série de factores ambientais, comportamentais e demográficos envolvidos no funcionamento do sistema imunitário. A chave para uma imunidade robusta reside num estilo de vida saudável, que inclui uma alimentação equilibrada, um sono de qualidade e uma atividade física regular. Por isso, é essencial prestar atenção a todos estes elementos para manter um sistema imunitário eficaz.
Como pode cuidar do seu sistema imunitário?
A melhoria do sistema imunitário é uma preocupação recorrente para muitas pessoas. Para o conseguir, é essencial concentrar-se na ingestão de micronutrientes específicos. Vitaminas como a B1, B3, B6, B9 e B12, bem como as vitaminas C e D, desempenham um papel crucial na regulação e no reforço da imunidade. Em particular, a vitamina C reforça a função da barreira epitelial contra os agentes patogénicos. Está também envolvida na atividade das células fagocíticas. Ao mesmo tempo, a vitamina D regula a atividade dos macrófagos. Estimula a síntese de moléculas bactericidas.
O microbiota intestinal, que reside principalmente na última porção do intestino delgado e no cólon, é também um componente vital da imunidade. Ajuda a diferenciar as bactérias patogénicas das bactérias comensais e produz substâncias bactericidas. Um estilo de vida saudável e uma dieta rica em fibras e probióticos podem ajudar a manter um microbiota saudável.
Relativamente à ingestão de vitaminas, a fruta fresca é uma excelente fonte de vitamina C, enquanto os peixes gordos, como o salmão e a cavala, são ricos em vitamina D. A micronutrição também pode ser utilizada para complementar uma dieta inadequada. Os suplementos alimentares como Bactivit Défenses e Immurésist podem fornecer um apoio adicional ao sistema imunitário.
Por fim, um estilo de vida saudável é essencial para reforçar a imunidade. A atividade física regular, por exemplo, pode libertar endorfinas e reduzir o stress, um fator conhecido por enfraquecer o sistema imunitário. Do mesmo modo, práticas de higiene rigorosas, como a lavagem frequente das mãos, podem minimizar a propagação de agentes infecciosos.
Em suma, o reforço do sistema imunitário é um objetivo alcançável através de uma combinação de escolhas alimentares criteriosas, suplementação com micronutrientes e um estilo de vida saudável.
A medicina herbal e o sistema imunitário
A fitoterapia oferece uma variedade de plantas para reforçar o sistema imunitário. Estas plantas dividem-se em duas categorias principais: adaptogénicas e imunoestimulantes não adaptogénicas.
Na categoria dos adaptogénicos, o ginseng aumenta a resistência do organismo, visando especificamente os macrófagos e os linfócitos. O Eleutherococcus, frequentemente designado por ginseng siberiano, optimiza o esforço físico e a concentração mental. A Rhodiola, uma planta outrora apreciada pelos Vikings, apoia igualmente o sistema imunitário.
Quanto às plantas imunoestimulantes não adaptogénicas, a equinácea é tradicionalmente utilizada pelas suas propriedades antibacterianas, antivirais e anti-inflamatórias. O musgo da Islândia é eficaz para os problemas respiratórios e actua também como imunoestimulante.
As plantas ricas em vitamina C, como o espinheiro marítimo e a roseira brava, também apoiam o sistema imunitário. Outras plantas exóticas, como a acerola e o sabugueiro preto, também são benéficas. Entre as ervas aromáticas, o tomilho, o alecrim e a salva são normalmente utilizados pelas suas propriedades imunoestimulantes.
Nas tradições asiáticas, os cogumelos como o shiitake e o reishi são utilizados para reforçar o sistema imunitário. No entanto, é de notar que a sua eficácia não foi cientificamente comprovada. Fora do reino vegetal, o própolis e a spirulina são outras opções naturais para reforçar o sistema imunitário.
Convém sublinhar que a eficácia destas plantas é variável. Além disso, nem sempre beneficiam de um apoio clínico sólido. Além disso, tendo em conta as contra-indicações potenciais e as possíveis interacções medicamentosas, é essencial consultar um profissional de saúde antes de as utilizar.
A fitoterapia e a constipação comum
Como tratamento geral para estimular as defesas do organismo, a equinácea é a planta mais frequentemente utilizada para tratar as constipações. Geralmente, deve :
- Ser tomada logo após o aparecimento dos primeiros sintomas
- Ter propriedades antibacterianas e antivirais
- Na ausência de dados clínicos suficientes, desaconselhamos a sua utilização em crianças com menos de 12 anos e em mulheres grávidas.
- Está igualmente contraindicado na presença de doenças auto-imunes, imunodeficiências, imunossupressão ou patologias que afectem os leucócitos.
Outras plantas podem desinfetar o trato respiratório. São elas oeucalipto globulus (folha), o pinheiro silvestre (botão) e o tomilho (parte aérea). Ingeridas sob a forma de tisanas adoçadas com mel, estas plantas têm uma ação anti-séptica e fluidificante. Estas acções devem-se aos óleos essenciais que contêm.
Para o tratamento tópico, que visa descongestionar as mucosas nasais, diluir as secreções e ter uma ação anti-séptica, podem ser utilizadas plantas como o tomilho, os orégãos, o eucalipto, o pinheiro, o abeto, a mirra e a hortelã-pimenta. Estas plantas são ricas em óleos essenciais.
Fitoterapia e dores de garganta
As dores de garganta, como as dores de garganta e a faringite, podem ser tratadas com fitoterapia. Neste caso, é necessário utilizar várias plantas para combinar os diferentes efeitos que se procuram. Algumas plantas têm uma ação anti-séptica. É o caso das plantas que contêm taninos, como a silva (folha), o tormentil (rizoma), a rosa vermelha (pétala), a nogueira (folha) e o cipreste (cone), que podem ser utilizados em gargarejos quentes. Têm uma ação antimicrobiana e protetora das mucosas. Outras plantas, desta vez com óleos essenciais, são utilizadas pela sua ação antibacteriana. São elas o pinheiro silvestre (gomos), o abeto branco (gomos),os orégãos (copa florida), o tomilho (folha e copa florida) e a salva (folha).
As plantas calmantes também podem ser utilizadaspara tratar as dores de garganta: o caldo branco (flor murcha), o marshmallow (raiz) e a malva (folha ou flor). A mucilagem que contêm é solúvel em água. Quando absorvidas lentamente ou gargarejadas, cobrem as mucosas com uma película protetora.
Por fim, oErysimum (folha e copa florida), o alcaçuz (órgãos subterrâneos), a calêndula (cabeça da flor), a matricária (cabeça da flor) e o plátano (folha) podem também ser utilizados pelas suas propriedades anti-inflamatórias.
Fitoterapia e estados gripais
A fitoterapia pode ser uma boa solução para o tratamento de doenças semelhantes à gripe, desde que o tratamento seja iniciado logo que surjam os primeiros sintomas. O segredo é estimular o sistema imunitário e tratar a febre e a tosse. Para estimular as defesas do organismo, são recomendadas 4 plantas:equinácea, cipreste, acerola e roseira brava. A febre é tratada com plantas febrífugas, como o salgueiro (casca), o meadowsweet (copas floridas) e a cinchona (casca e caule). São igualmente utilizadas plantas indutoras de suor, como o sabugueiro (flor) e a tília (inflorescência).
Finalmente, para tratar a tosse, podem ser utilizadas plantas mucilaginosas como o caldo branco, o marshmallow, a malva e a violeta (flor). As “espécies peitorais”, que são uma mistura de partes iguais de malva, marshmallow, bouillon-blanc, coltsfoot, pé-de-gato, violeta e flores de papoila, também são úteis. Também se pode utilizar água de sundew ou de loureiro-cereja.
Para mais informações, consulte o seu médico. Na fitoterapia, é muito importante recordar a sua história clínica para identificar eventuais contra-indicações. É igualmente importante recordar que o tratamento deve ser efectuado logo após o aparecimento dos primeiros sintomas para ser eficaz e que, mesmo com as plantas, podem existir contra-indicações, pelo que é muito importante pedir conselhos à equipa da farmácia ou ao seu médico e prestar atenção à dosagem e ao modo de preparação das plantas (infusão, maceração, decocção, etc.).
Fontes
- https://cancer.ca/fr/cancer-information/what-is-cancer/immune-system
- https://www.msdmanuals.com/fr/accueil/troubles-immunitaires/
- https://fr.wikipedia.org/wiki/Système_immunitaire
- https://www.passeportsante.net/fr/Maux/Problemes/Fiche.aspx?doc=renforcer_systeme_immunitaire_pm
- https://www.msdmanuals.com/fr/accueil/troubles-immunitaires/déficits-immunitaires/présentation-des-déficits-immunitaires
- https://www.vidal.fr/maladies/voies-respiratoires/grippe/phytotherapie-plantes.html
- https://www.passeportsante.net/fr/Actualites/Dossiers/DossierComplexe.aspx?doc=10-plantes-qui-renforcent-immunite