Quais são os benefícios para a saúde das algas marinhas?

As algas são plantas de origem natural e aquática. Existem vários tipos: verdes, castanhas e vermelhas. Também conhecidas como talófitas, são espécimes constituídas inteiramente por talo. Não têm raízes, caules ou folhas, apenas um aparelho vegetativo. Desde o seu aparecimento, há mais de mil milhões de anos, não pararam de se desenvolver. Existem inúmeras variedades, umas unicelulares e outras multicelulares. Mas todas possuem propriedades antibacterianas, antivirais e depurativas. As algas marinhas possuem qualidades cosméticas e nutricionais surpreendentes.

Quais são os benefícios das algas marinhas?

As algas marinhas, há muito apreciadas pelas suas qualidades nutricionais, são objeto de uma vasta investigação sobre o seu impacto na saúde humana. Uma importante revisão narrativa publicada em 2023 lançou uma nova luz sobre este assunto, com base em ensaios clínicos aleatórios (RCT).

Análise de ensaios aleatórios controlados

Este estudo examinou meticulosamente os efeitos do consumo de algas marinhas em vários aspectos da saúde humana. Os resultados revelaram provas limitadas mas prometedoras da influência positiva das algas em vários parâmetros cruciais. Entre estes, destaca-se oefeito no metabolismo da glucose no sangue, sugerindo um potencial benéfico na gestão da diabetes tipo 2. Além disso, foram observadas melhorias significativas na pressão arterial e nas medidas antropométricas, o que é particularmente relevante para os indivíduos que sofrem de hipertensão.

Embora os efeitos sobre os lípidos no sangue tenham sido menos pronunciados, continuam a indicar uma tendência positiva. A revisão destaca a importância de mais investigação nesta área, sublinhando a necessidade de ensaios clínicos bem concebidos e de relatórios transparentes.

Visão geral dos benefícios das algas marinhas para a saúde

Paralelamente, outro estudo explorou os benefícios globais das algas marinhas para a saúde, quer como alimento completo, quer através dos seus compostos bioactivos, potencialmente exploráveis em aplicações farmacêuticas. Esta investigação não só confirmou o valor das algas como um superalimento, mas também destacou o seu papel potencial no desenvolvimento de medicamentos naturais.

Além disso, o estudo salientou a utilização benéfica das algas na agricultura, destacando a sua contribuição para a saúde humana através de solos e culturas livres de produtos químicos. Isto representa um grande passo em frente na procura de uma agricultura sustentável que respeite o ambiente, ao mesmo tempo que protege a saúde dos consumidores.

Doença de Hashimoto: Posso comer algas marinhas?

Se sofre de tiroidite de Hashimoto, uma doença autoimune em que a glândula tiroide é atacada pelo sistema imunitário, a questão do consumo de algas marinhas, que são ricas em iodo, deve ser abordada com precaução.

De acordo com as informações fornecidas pela Clínica Mayo, o iodo é um nutriente essencial necessário para a produção das hormonas da tiroide. A falta de iodo pode levar a perturbações como o aumento da tiroide (bócio) e um nível anormalmente baixo de hormonas da tiroide (hipotiroidismo). As algas marinhas, sendo uma fonte comum de iodo, podem ser benéficas em áreas onde a deficiência de iodo é comum.

No entanto, no caso da tiroidite de Hashimoto, se o hipotiroidismo não for causado por uma deficiência de iodo, a suplementação de iodo, incluindo o das algas marinhas, não tem qualquer benefício e não deve ser tomada. De facto, para algumas pessoas com hipotiroidismo, o excesso de iodo pode piorar a condição. É, portanto, crucial consultar um profissional de saúde antes de alterar a ingestão de iodo, seja através da dieta ou de suplementos, para evitar qualquer agravamento dos problemas da tiroide.

Alimentação saudável

As algas marinhas, que há muito fazem parte integrante das nossas dietas e produtos de saúde, são uma fonte inestimável de nutrientes. Distinguem-se não só pela sua riqueza em minerais essenciais, mas também pela sua notável composição em nutrientes essenciais para a saúde.

Os principais tipos de algas marinhas e os seus benefícios

  • Nori: Rica em proteínas e vitaminas, a Nori é particularmente conhecida pelo seu elevado teor de minerais como o ferro e o cálcio, essenciais para a saúde dos ossos e para a circulação sanguínea.
  • Spirulina: Apresentada sob a forma de cápsulas ou seca, esta alga é um superalimento por excelência. É rica em proteínas, vitaminas do complexo B e antioxidantes, que ajudam a aumentar a vitalidade e o sistema imunitário.
  • Alface-do-mar: Conhecida pelo seu elevado teor de vitamina C, desempenha um papel crucial na proteção contra as doenças infecciosas e na manutenção de uma pele saudável.
  • Wakame: Aliado da desintoxicação, é rico em iodo e fibras, ajudando a regular a função da tiroide e a promover a saúde digestiva.

Suplementos alimentares à base de algas marinhas

Produtos como LT Labo Phyco+ Spirulina Bio Énergie et Vitalité oferecem uma forma concentrada de consumir estes nutrientes. Com uma recomendação de 8 comprimidos por dia, podem servir como uma fonte densa de nutrientes essenciais. Da mesma forma, Inovance Dha Algues 30 Cápsulas fornece ácidos gordos ómega 3 sob a forma de ácido DHA, contribuindo para a saúde cerebral e cardiovascular.

As algas marinhas e a prevenção das doenças crónicas

As algas marinhas são particularmente conhecidas pela sua capacidade de prevenir doenças crónicas. As suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, bem como a sua riqueza em vitaminas e minerais, tornam-nas eficazes contra doenças como a diabetes de tipo 2, a osteoporose e certos tipos de cancro. O seu papel na prevenção das doenças cardiovasculares e na manutenção da saúde óssea é igualmente notável, graças ao seu teor em ácidos gordos essenciais e em minerais como o cálcio e o magnésio.

Cuidados com o corpo

Para além do seu papel alimentar, as algas marinhas têm também propriedades benéficas para o cuidado do corpo. São cada vez mais utilizadas na indústria cosmética, tanto pelas suas virtudes naturais como pelo seu impacto positivo na pele e no bem-estar geral.

As algas marinhas na cosmética e nos cosmecêuticos

As algas marinhas tornaram-se um ingrediente de eleição na formulação de muitos produtos cosméticos, desde leites corporais, sabonetes e champôs a pastas de dentes e cremes solares. Estes organismos marinhos são ricos em compostos bioactivos, tais como polifenóis, polissacáridos, proteínas, péptidos, aminoácidos, lípidos, vitaminas e minerais. Estes compostos são responsáveis por muitas das propriedades biológicas associadas às algas marinhas, como a hidratação, a texturização, o espessamento e a emulsificação, tornando possível o desenvolvimento de matrizes coerentes em produtos de cuidados da pele.

O que são os cosmecêuticos?

Um cosmecêutico é um produto que se situa na fronteira entre o cosmético e o farmacêutico. Estes produtos são concebidos para ter efeitos estéticos e terapêuticos na pele. Geralmente, os cosmecêuticos contêm ingredientes activos em concentrações mais elevadas do que os cosméticos tradicionais e são frequentemente comercializados com a promessa de terem um impacto benéfico na estrutura e função da pele.

Efeitos anti-envelhecimento e de proteção da pele

Estudos demonstraram que os compostos extraídos das algas, como a fucoxantina das algas castanhas, têm actividades anti-fotoenvelhecimento. Estes compostos são capazes de proteger a pele contra os danos oxidativos, reduzindo os sinais de envelhecimento da pele, como as rugas e a perda de elasticidade. Além disso, outros compostos como o Eckol, o Fucophloroethol e a Astaxantina têm demonstrado um potencial considerável nos cuidados da pele, actuando contra o envelhecimento, a inflamação e outros problemas dermatológicos.

Utilização em spas e talassoterapias

Envolver o corpo em algas marinhas é uma prática comum em spas e centros de talassoterapia. Esta técnica favorece o relaxamento muscular, elimina as toxinas, purifica a pele e equilibra a circulação. Uma cura de talassoterapia enriquecida com algas marinhas é, portanto, muito benéfica para o corpo e para a mente.

Referências

  1. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22054935/
  2. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34203804/
  3. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31817709/
  4. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33809936/
  5. https://www.economie.gouv.fr/files/files/directions_services/dgccrf/securite/produits_alimentaires/Complement_alimentaire/CA_RS_Algues_Janvier2019.pdf

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